Não dura nem meio minuto, mas o vídeo em que o tiktoker argentino Hassan Azteca explica por que ele acredita que, aos 21 anos, está livre de qualquer obrigação de trabalho circulou pelo mundo todo, alimentando uma polêmica.
Com um tom visivelmente indignado e um raciocínio simples, Azteca tem uma forte opinião: assim como os outros 8 bilhões de pessoas que povoam este mundo, ele alega que seus pais o geraram sem consultá-lo ou ter sua aprovação.
“Considero que, apesar de ter 21 anos, não sou obrigado a trabalhar porque, basicamente, nasci sem meu consentimento”, diz Azteca em seu vídeo, que já acumulou cinco milhões de visualizações apenas em seu canal no TikTok, sem contar as outras redes onde a peça circulou. “Eles me forçaram a nascer, não me perguntaram, não pediram meu consentimento.
“Não faz sentido que, pelo fato de meus pais quererem me dar a vida há 21 anos, agora eu tenha que trabalhar. Se eu não pedi para nascer, por que tenho de trabalhar? Eles que me sustentem e pronto, porque se eles quiseram me ter, que me sustentem”.
Uma grande polêmica Parece polêmico... e é polêmico, como o próprio Azteca reconheceu, explicando que, com seu vídeo, ele buscava nada mais nada menos que isso: “Gerar polêmica é o objetivo da minha conta. Desde o início, sempre procurei gerar isso nos comentários, fazer com que as pessoas brigassem, discutissem... porque, no final, é isso que torna um vídeo viral”, explicou há alguns dias em uma entrevista para a Cuatro.
Se o vídeo alcançou tamanha notoriedade e acumulou milhões e milhões de visualizações, isso se deve em grande parte ao fato de que o que Azteca apresenta não é apenas sua opinião, seja ela honesta ou falsa, sincera ou uma forma de gerar polêmica e viralizar seu conteúdo. Seu argumento está ligado a uma postura filosófica e política muito maior e com uma tradição muito longa: o antinatalismo, que por sua vez tem grandes referências, como o sul-africano David Benatar, autor de “Better not to have existed: The harm of coming to the world”.
A premissa básica dos antinatalistas é que trazer filhos ao mundo é “moralmente errado”. Os motivos que sustentam essa ideia são múltiplos e complementares: uma visão da vida como sofrimento e retórica niilista, preocupações com a superpopulação ou o impacto da humanidade no meio ambiente... ou um conceito que Azteca destaca em várias ocasiões e que talvez seja o mais controverso de todos: o (não) consentimento do recém-nascido.
*Texto traduzido do site parceiro Xataka.
Mín. 15° Máx. 18°