Greve na CPTM: Trabalhadores protestam contra privatização e ameaçam paralisação por tempo indeterminado

Os trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) anunciaram greve a partir da meia-noite do próximo dia 26 (de terça para quarta-feira), afetando as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. O movimento sindical não estipulou um prazo para o encerramento da paralisação e declarou que não aceitará demissões, ameaçando manter a greve caso haja desligamentos.

A principal reivindicação dos trabalhadores é contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM. Antes da greve, está prevista uma manifestação na manhã da terça-feira (25) em frente à sede da B3, a bolsa de valores do Brasil, localizada no centro histórico de São Paulo. O ato coincide com o leilão das três linhas promovido pelo governo do Estado, liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O processo de concessão prevê a entrega dos envelopes com as propostas das empresas interessadas e, na sexta-feira (28), a abertura dos documentos e o anúncio da empresa vencedora. O critério de seleção é o maior deságio, ou seja, a diferença entre os valores de mercado e aquele pelo qual o ativo é concedido.

A gestão de Tarcísio de Freitas, que recentemente privatizou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), planeja conceder as linhas da CPTM à iniciativa privada por 25 anos, com previsão de investimentos de R$ 14,3 bilhões. No entanto, os trabalhadores afirmam que a greve continuará até que o governador cancele oficialmente o leilão.

As linhas em questão conectam o centro de São Paulo com a Zona Leste e diversas cidades da região metropolitana, como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos, impactando diretamente a mobilidade de cerca de 4,6 milhões de pessoas. Segundo a Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), três grupos empresariais demonstraram interesse na concessão.

A greve na CPTM promete ser um dos principais desafios da gestão estadual neste momento, podendo afetar não apenas a circulação de passageiros, mas também o futuro da privatização dos transportes no Estado de São Paulo.